segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Capítulo 7: A caminho do grande projeto

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Disclaimer: “Other World” é uma web-série independente, cuja a autoria pertence à Lilian Kate Mazaki, publicado originalmente no blog http://otherworld-serie.blogspot.com.br

Other World – Capítulo 7
A caminho do grande projeto
por Lilian Kate Mazaki – outubro 2013


A manhã estava ensolarada e o céu sem nuvens. A alegria ainda pairava de leve no ar devido à virada de ano, dois dias antes. Era sábado e o verão mostravasse convidativo. Estudantes em férias e funcionários de folga passeava e consumiam muito, tudo o que o comércio e a própria cidade precisavam ver naquela época do ano. Diante daquele cenário a família Alabart seria uma das poucas centenas que teria uma programação um tanto diferente do comum.

Matheus, primogênito da família, acordara cedo, mas havia se contentado em ficar observando o teto do quarto enquanto seu irmão mais novo não acordasse. Não tardou até que Fernando, dois anos mais jovem do que ele, levantasse e começasse a fazer barulho pelo aposento.

Ainda que a mãe dos garotos não fosse acompanhá-los naquele dia, seu sorrido era radiante quando Matheus chegou na mesa do café da manhã:

Bom dia, mãe. ― cumprimentou o rapaz alto e magro de quinze anos.

Bom dia, filho. Você está tão bonito. ― elogiou a mulher ainda jovem, de cabelos cinza-castnho e olhos verdes, com um sorriso de orgulho. Os olhos e cabelos claros de Matheus, desde os tons louro-dourados até mesmo a maneira como suas mechas de fios se espalhavam eram idênticas ao seu já falecido esposo.

Matheus também tinha o pai nos pensamentos enquanto servia-se de torradas com geleia. Gostaria que ele ainda estivesse vivo para acompanha-lospara o início do projeto que ele tinha fundado no passado: o Plano de Treinamento dos Soldados Delta. Ele ainda conseguia recordar perfeitamente da expressão de orgulho que seu genitor exibia sempre que falava do projeto.

Matheus teve que desviar seus pensamentos antes que embarcasse mais uma vez em sentimentos melancólicos pela perda que ainda parecia tão recente. Ele tinha o dever de parecer sempre forte e seguro na frente de seu irmão e sua mãe. Talvez fosse um papel difícil para alguém tão jovem, mas o garoto não sentia-se irritado com seu novo lugar de “homem da família”.

Depois da refeição os garotos foram revisar uma última vez as suas bagagens. Seriam mais de dois meses longe de casa e isso deixava o irmão mais velho um pouco preocupado. Se perguntava se sua mãe não iria sentir-se solitária. Já Fernando, o caçula que também exibia as características básicas dos país como Matheus, porém com formas de rosto e cabelos bem distintas do outro, falava com empolgação sobre como seria incrível estar no Outro Mundo e realizar os treinamentos especiais para a formação dos Soldados Delta:

E o mais incrível é que vamos estar com nossos amigos! Vai ser como uma excusão da escola!

Claro que vamos estar com nossos amigos, são todos filhos de pessoas envolvidas com a OMM. ― disse Matheus, com impaciência.

Os três Alabart desceram pelo elevador do condomínio que residiam e foram até o parque mais famoso daquele bairro nobre, a três quadras do residencial. Eles foram os primeiros do grupo a chegar no ponto combinado.

Sara Silveira, acompanhada de sua mãe, Mariane, chegaram alguns minutos depois dos Alabart. Milene Wood foi a próxima a chegar, no carro particular da família e acompanhada de João Costa, seu amigo de longa data.

Mariane silveira era funcionária do setor de recursos humanos a muitos anos e fora colega de classe de Jonanthan Alabart na escola. Tinha cabelos castanho-escuros que também eram presentes na jovem Sara. A garota tinha uma expressão sempre positiva em seu rosto de formas simples, mas ainda assim bonitas. Devido à amizade entre os pais ela vinha estudando na mesma escola que Matheus e Fernando desde o início, criando uma afinidade especialmente com o mais velho.

Milene Wood era uma garota alta e de corpo desenvolvido no alto dos seus quinze anos. Cabelos castanhos e ondulados e um sorriso sempre destacado no rosto. Usava roupas leves, discretas, mas bastante femininas. Gostava muito de música, estando sempre acompanha dos fones wireless para todos os lados. Filha de um burguês cheio de dinheiro que investia pesado na OMM acabou conhecendo os filhos da família Alabart na escola, por uma pura coincidência e afinidade, tudo através de Sara Silveira.

João Costa era o melhor amigo de Milene. Um rapaz magro e tímido, de calelos acinzentados e bem arrumados. Os óculos grande e de aros grossos eram a maior expressão visual do jovem que preferia a companhia de jogos e livros de fantasia do que de estranhos. Sua amizade com Milene era antiga e por tabela ele também tinha conseguido desenvolver uma amizade com Sara e os irmãos Alabart. Algo que ele nunca teria conseguido por conta própria.

O grupo aguardou por mais alguns minutos a chegada da última pessa que faltava para que pudessem partir. As conversas se formaram amistosas como o de costume nesse meio tempo.

Nossa, isso parece um excursão. ― comentou Sara e Matheus fez uma careta à repetição da ideia que ouvira anteriormente do irmão.

Uma excursão para o lugar mais maneiro de todos: o Outro Mundo! ― completou Fernando, que toda a hora tinha que ajeitar o boné que não conseguia ficar parado na sua cabeça.

Droga, Fernando! Se continuar com essa atitude infantil eu não vou deixar que você cruze o portal para a base no Outro Mundo! ― exasperou-se Matheus.

Calma, Mat, o seu irmão só está animado demais. ― ponderou Milene. ― Eu não estou lá muito animada, afinal só vou participar desse projeto em nome da “honra da família”.

Pelo menos não vai estar sozinha no grupo que não quer realmente ser um soldado. ― comentou Sara.

Eu não entendo. Se vocês não querem ser soldados, porquê estão participando? ― questionou Fernando, intrigado.

Acho que você ainda não consegue entender algumas complicações do mundo dos adultos, Fernando. Eu também não tenho a menor intenção de ser um guerreiro e, veja só, estou a caminho do Treinamento! ― disse João.

Achei que no seu caso era só pra ficar perto da Milene, João. ― disse o Alabart mais novo.

C-Como é?! Do que você está falando?! ― exclamou o geek.

A conversa descontraída se seguiu até que um táxi parou na rua, a uma distância próxima do grupo e um garoto desembarcou sozinho, segurando uma mala volumosa:

Tiago! Finalmente! ― exclamou Sara, indo até o rapaz de quinze anos e o ajudando com a mochila que trazia pendurada em apenas um dos ombros, para poder suportar do outro lado a bagagem.

Tiago Barbosa, filho único do líder e dito “General” da Organização para Exploração do Outro Mundo, Gustavo Barbosa. Um rapaz de quinze anos cheio de energia e vigor. De cabelos pretos e aura sempre energética ele acaba sendo sempre o ponto de convergência do círculo em que estivesse inserido. Conhecia desde muito novo Matheus. Ss dois eram companheiros para tudo o que fosse, verdadeiros melhores amigos. Ainda que o louro tivesse um jeito de ser bem diferente do espontâneo Tiago isso não os fazia menos próximos. Se divertiam jogando, matando aula, comprando bobagens e conversando qualquer assunto que fosse. Porém a única coisa que nunca tinha tido coragem de dialogar era sobre as questões amorosas que surgiam naquela época da vida. Um ponto que conseguia causar um desconforto grande entre eles, ainda que nada fosse dito.

Tiago, teria sido muito mais prático ter deixado suas coisas com seu pai para que ele levasse diretamente à sede da OMM. ― comentou a Sra. Alabart, quando o mesmo chegou até o grupo.

Meu pai não aparece em casa a quase uma semana, Tia Denise. Ele está realmente ocupado demais com o início do Treinamento. ― comentou Tiago, com um largo sorriso que demonstrava o orgulho que garoto sentia do próprio pai.

Ei, Tiago! Achei que cê tinha “amarelado” e não ia aparecer! ― comentou Fernando, com um claro tom de provocação, que mesmo sendo óbvia funcionou perfeitamente.

Ei! Tá maluco, Nando?! Eu nunca iria deixar de vir! ― exasperou-se Tiago.

Mariane, tem certeza de que consegue lidar com essa turma toda? Eu posso ligar para o hospital e avisar que precisarei me atrasar. ― disse Denise Alabart.

Não se preocupe, eles não são crianças mais, sabem que temos que chegar logo à sede da OMM e irão se comportar perfeitamente bem. Além disso, não seria nada bonito para uma especialista de nome como você, faltar assim ao seu plantão.

Isso. Mãe, não precisa se preocupar conosco. Eu vou cuidar do Fernando. ― disse Matheus.

Eu sei me cuidar sozinho! ― retrucou Fernando, por ter sido referenciado como a uma criança irresponsável.

Eu sei que vocês dois vão se cuidar bem, queridos. Sou mesmo uma mãe preocupada demais, não é mesmo? ― comentou Denise Alabart.

Depois de breves despedidas, o grupo de seis adolescentes partiu na companhia de Mariane Silveira. Teriam de atravessar o parque e mais alguns quarteirões para chegar à sede da OMM, que já deveria estar tomada pelos selecionados, além da imprensa, curiosos e autoridades que estavam indo para testemunhar em primeira mão as palavras que seriam ditas por Gustavo Barbosa, o “general” da Organização Mundial de Exploração do Outro Mundo, naquela manhã.





2 comentários:

  1. Saudações


    A chamada para a aventura continua forte e presente em sua obra, amiga Mazaki.

    Ansioso aqui pelos próximos acontecimentos.


    Até mais!

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    1. Obrigada Carlírio, você é sempre atencioso com seus comentários.

      Até breve o/

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