Disclaimer:
“Other World” é uma web-série independente, cuja a autoria
pertence à Lilian Kate Mazaki, publicado originalmente no blog
http://otherworld-serie.blogspot.com.br
Other
World – Capítulo 7
A
caminho do grande projeto
por Lilian Kate Mazaki – outubro
2013
A manhã estava ensolarada e o céu
sem nuvens. A alegria ainda pairava de leve no ar devido à virada de
ano, dois dias antes. Era sábado e o verão mostravasse convidativo.
Estudantes em férias e funcionários de folga passeava e consumiam
muito, tudo o que o comércio e a própria cidade precisavam ver
naquela época do ano. Diante daquele cenário a família Alabart
seria uma das poucas centenas que teria uma programação um tanto
diferente do comum.
Matheus, primogênito da família,
acordara cedo, mas havia se contentado em ficar observando o teto do
quarto enquanto seu irmão mais novo não acordasse. Não tardou até
que Fernando, dois anos mais jovem do que ele, levantasse e começasse
a fazer barulho pelo aposento.
Ainda que a mãe dos garotos não
fosse acompanhá-los naquele dia, seu sorrido era radiante quando
Matheus chegou na mesa do café da manhã:
― Bom dia, mãe. ― cumprimentou o
rapaz alto e magro de quinze anos.
― Bom dia, filho. Você está tão
bonito. ― elogiou a mulher ainda jovem, de cabelos cinza-castnho e
olhos verdes, com um sorriso de orgulho. Os olhos e cabelos claros de
Matheus, desde os tons louro-dourados até mesmo a maneira como suas
mechas de fios se espalhavam eram idênticas ao seu já falecido
esposo.
Matheus também tinha o pai nos
pensamentos enquanto servia-se de torradas com geleia. Gostaria que
ele ainda estivesse vivo para acompanha-lospara o início do projeto
que ele tinha fundado no passado: o Plano de Treinamento dos Soldados
Delta. Ele ainda conseguia recordar perfeitamente da expressão de
orgulho que seu genitor exibia sempre que falava do projeto.
Matheus teve que desviar seus
pensamentos antes que embarcasse mais uma vez em sentimentos
melancólicos pela perda que ainda parecia tão recente. Ele tinha o
dever de parecer sempre forte e seguro na frente de seu irmão e sua
mãe. Talvez fosse um papel difícil para alguém tão jovem, mas o
garoto não sentia-se irritado com seu novo lugar de “homem da
família”.
Depois da refeição os garotos foram
revisar uma última vez as suas bagagens. Seriam mais de dois meses
longe de casa e isso deixava o irmão mais velho um pouco preocupado.
Se perguntava se sua mãe não iria sentir-se solitária. Já
Fernando, o caçula que também exibia as características básicas
dos país como Matheus, porém com formas de rosto e cabelos bem
distintas do outro, falava com empolgação sobre como seria incrível
estar no Outro Mundo e realizar os treinamentos especiais para a
formação dos Soldados Delta:
― E o mais incrível é que vamos
estar com nossos amigos! Vai ser como uma excusão da escola!
― Claro que vamos estar com nossos
amigos, são todos filhos de pessoas envolvidas com a OMM. ― disse
Matheus, com impaciência.
Os três Alabart desceram pelo
elevador do condomínio que residiam e foram até o parque mais
famoso daquele bairro nobre, a três quadras do residencial. Eles
foram os primeiros do grupo a chegar no ponto combinado.
Sara Silveira, acompanhada de sua mãe,
Mariane, chegaram alguns minutos depois dos Alabart. Milene Wood foi
a próxima a chegar, no carro particular da família e acompanhada de
João Costa, seu amigo de longa data.
Mariane silveira era funcionária do
setor de recursos humanos a muitos anos e fora colega de classe de
Jonanthan Alabart na escola. Tinha cabelos castanho-escuros que
também eram presentes na jovem Sara. A garota tinha uma expressão
sempre positiva em seu rosto de formas simples, mas ainda assim
bonitas. Devido à amizade entre os pais ela vinha estudando na mesma
escola que Matheus e Fernando desde o início, criando uma afinidade
especialmente com o mais velho.
Milene Wood era uma garota alta e de
corpo desenvolvido no alto dos seus quinze anos. Cabelos castanhos e
ondulados e um sorriso sempre destacado no rosto. Usava roupas leves,
discretas, mas bastante femininas. Gostava muito de música, estando
sempre acompanha dos fones wireless para todos os lados. Filha de um
burguês cheio de dinheiro que investia pesado na OMM acabou
conhecendo os filhos da família Alabart na escola, por uma pura
coincidência e afinidade, tudo através de Sara Silveira.
João Costa era o melhor amigo de
Milene. Um rapaz magro e tímido, de calelos acinzentados e bem
arrumados. Os óculos grande e de aros grossos eram a maior expressão
visual do jovem que preferia a companhia de jogos e livros de
fantasia do que de estranhos. Sua amizade com Milene era antiga e por
tabela ele também tinha conseguido desenvolver uma amizade com Sara
e os irmãos Alabart. Algo que ele nunca teria conseguido por conta
própria.
O grupo aguardou por mais alguns
minutos a chegada da última pessa que faltava para que pudessem
partir. As conversas se formaram amistosas como o de costume nesse
meio tempo.
― Nossa, isso parece um excursão. ―
comentou Sara e Matheus fez uma careta à repetição da ideia que
ouvira anteriormente do irmão.
― Uma excursão para o lugar mais
maneiro de todos: o Outro Mundo! ―
completou Fernando, que toda a hora tinha que ajeitar o boné que não
conseguia ficar parado na sua cabeça.
― Droga, Fernando! Se continuar com
essa atitude infantil eu não vou deixar que você cruze o portal
para a base no Outro Mundo! ― exasperou-se Matheus.
― Calma, Mat, o seu irmão só está
animado demais. ― ponderou Milene. ― Eu não estou lá muito
animada, afinal só vou participar desse projeto em nome da “honra
da família”.
― Pelo menos não vai estar sozinha
no grupo que não quer realmente ser um soldado. ― comentou Sara.
― Eu não entendo. Se vocês não
querem ser soldados, porquê estão participando? ― questionou
Fernando, intrigado.
― Acho que você ainda não consegue
entender algumas complicações do mundo dos adultos, Fernando. Eu
também não tenho a menor intenção de ser um guerreiro e, veja só,
estou a caminho do Treinamento! ― disse João.
― Achei que no seu caso era só pra
ficar perto da Milene, João. ― disse o Alabart mais novo.
― C-Como é?! Do que você está
falando?! ― exclamou o geek.
A conversa descontraída se seguiu até
que um táxi parou na rua, a uma distância próxima do grupo e um
garoto desembarcou sozinho, segurando uma mala volumosa:
― Tiago! Finalmente! ― exclamou
Sara, indo até o rapaz de quinze anos e o ajudando com a mochila que
trazia pendurada em apenas um dos ombros, para poder suportar do
outro lado a bagagem.
Tiago Barbosa, filho único do líder
e dito “General” da Organização para Exploração do Outro
Mundo, Gustavo Barbosa. Um rapaz de quinze anos cheio de energia e
vigor. De cabelos pretos e aura sempre energética ele acaba sendo
sempre o ponto de convergência do círculo em que estivesse
inserido. Conhecia desde muito novo Matheus. Ss dois eram
companheiros para tudo o que fosse, verdadeiros melhores amigos.
Ainda que o louro tivesse um jeito de ser bem diferente do espontâneo
Tiago isso não os fazia menos próximos. Se divertiam jogando,
matando aula, comprando bobagens e conversando qualquer assunto que
fosse. Porém a única coisa que nunca tinha tido coragem de dialogar
era sobre as questões amorosas que surgiam naquela época da vida.
Um ponto que conseguia causar um desconforto grande entre eles, ainda
que nada fosse dito.
― Tiago, teria sido muito mais
prático ter deixado suas coisas com seu pai para que ele levasse
diretamente à sede da OMM. ― comentou a Sra. Alabart, quando o
mesmo chegou até o grupo.
― Meu pai não aparece em casa a
quase uma semana, Tia Denise. Ele está realmente ocupado demais com
o início do Treinamento. ― comentou Tiago, com um largo sorriso
que demonstrava o orgulho que garoto sentia do próprio pai.
― Ei, Tiago! Achei que cê tinha
“amarelado” e não ia aparecer! ― comentou Fernando, com um
claro tom de provocação, que mesmo sendo óbvia funcionou
perfeitamente.
― Ei! Tá maluco, Nando?! Eu nunca
iria deixar de vir! ― exasperou-se Tiago.
― Mariane, tem certeza de que
consegue lidar com essa turma toda? Eu posso ligar para o hospital e
avisar que precisarei me atrasar. ― disse Denise Alabart.
― Não se preocupe, eles não são
crianças mais, sabem que temos que chegar logo à sede da OMM e irão
se comportar perfeitamente bem. Além disso, não seria nada bonito
para uma especialista de nome como você, faltar assim ao seu
plantão.
― Isso. Mãe, não precisa se
preocupar conosco. Eu vou cuidar do Fernando. ― disse Matheus.
― Eu sei me cuidar sozinho! ―
retrucou Fernando, por ter sido referenciado como a uma criança
irresponsável.
― Eu sei que vocês dois vão se
cuidar bem, queridos. Sou mesmo uma mãe preocupada demais, não é
mesmo? ― comentou Denise Alabart.
Depois de breves despedidas, o grupo
de seis adolescentes partiu na companhia de Mariane Silveira. Teriam
de atravessar o parque e mais alguns quarteirões para chegar à sede
da OMM, que já deveria estar tomada pelos selecionados, além da
imprensa, curiosos e autoridades que estavam indo para testemunhar em
primeira mão as palavras que seriam ditas por Gustavo Barbosa, o
“general” da Organização Mundial de Exploração do Outro
Mundo, naquela manhã.
Saudações
ResponderExcluirA chamada para a aventura continua forte e presente em sua obra, amiga Mazaki.
Ansioso aqui pelos próximos acontecimentos.
Até mais!
Obrigada Carlírio, você é sempre atencioso com seus comentários.
ExcluirAté breve o/